FÓRUM DE ITAPIRA
AUTOR(ES): JOAQUIM GUEDES
DATA DE PROJETO: 1960
LOCALIZAÇÃO: PÇA. CEL. SOUZA FERREIRA, CENTRO, ITAPIRA, SP.
FONTES DE PESQUISA: CAMARGO, 2000. ARQUIVO BIBLIOTECA FAU-USP.
REFERÊNCIA DO TEXTO: ZEIN, 2005: P.122

Segundo analisa Mônica Junqueira de Camargo, neste projeto “o programa se articula em torno de um grande espaço central aberto, como uma praça, que se integra com o exterior e para onde convergem as áreas de trabalho, facilitando a distribuição do programa e o atendimento ao público. O desenho dos volumes é valorizado pelo contraste entre tijolo e concreto aparente usados nas superfícies e pelo número reduzido de aberturas, com formas e posições variadas, o que ajuda a enfatizar a liberdade na exploração dos materiais e na composição desse projeto.” (Camargo, 2000, p.58)

Esse arranjo em torno de um vazio-praça está presente em algumas obras de Alvar Aalto como o Centro Cívico de Säynätsalo (Finlândia, 1952) e é comum aos projetos de fórum desse momento em São Paulo, realizados por outros autores afinados com o brutalismo paulista, como o Fórum de Promissão de João Baptista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi (1959), o Fórum de Araras, de Fábio Penteado (1960), o Fórum de Avaré, de Paulo Mendes da Rocha e João de Gennaro (1961) ou o Fórum de São José dos Campos, de Paulo Sérgio Souza e Silva (1961). A diferença notável entre essas outras obras paulistas e o Fórum de Itapira, não é a introdução de paredes curvas ou de escadarias irregulares, detalhes que podem ser considerados episódicos, mas a relativa ausência de uma intencional “clareza” em prol de uma maior “variedade” na resolução arquitetônica, que se manifesta não apenas na disposição estrutural como na escolha dos materiais, na flexibilidade dos percursos, na deliberada “adaptação” à topografia, com aproveitamento do declive existente - não como uma ferramenta que permite uma transformação arquitetônica do lugar (como freqüentemente ocorre na obra de Artigas ou de Mendes da Rocha), mas como um elemento que faz contraponto formal com o próprio edifício, que às vezes penetra o terreno, às vezes ressalta deste, nem se conformando, nem subjugando o lugar.

A disposição estrutural do edifício demonstra essa vontade de variedade superando a clareza e unidade apriorísticas que são traços mais freqüentes em obras do brutalismo paulista sem deixar, entretanto, de a ele pertencer – pois a definição aqui adotada pretende ser suficientemente elástica de maneira a englobar mesmo suas manifestações parcialmente, alternativas.

 

PERSPECTIVA:


Fonte: Arquivo Biblioteca FAU-USP

 

IMPLANTAÇÃO:


Fonte: Arquivo Biblioteca FAU-USP

 

DESENHOS TÉCNICOS: JULIO BERALDO VALENTE




 

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-Noncommercial 3.0 Unported License.
Clique no link acima para saber mais sobre as políticas de direitos autorais utilizadas neste site.
Site desenvolvido por Batagliesi Arquitetos+Designers.